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Ely Leal

Antes de ser morto, Nery representou na OAB contra colegas alvos de operação

Com empresários primaverenses envolvidos, Nery acusava jurista de chefiar um “escritório do crime” que, por meio de manobras processuais, atuaria fraudando disputa de terras em MT para “tomar” as propriedades

Antes de ser morto a tiros, o advogado Renato Gomes Nery havia ingressado com representação disciplinar na Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso (OAB-MT) contra os advogados Antônio João de Carvalho e Gaylussac Dantas de Araujo por conta de um suposto descumprimento de regras disciplinares em processos relativos à disputa por terra.

Na denúncia, Nery acusava Antônio de supostamente chefiar um “escritório do crime” que, por meio de manobras processuais, atuaria fraudando disputa de terras em Mato Grosso para “tomar” as propriedades. Nesta quinta-feira (28), Antônio e Gaylussac foram alvos da Polícia Civil por suspeita de envolvimento no assassinato do ex-presidente da OAB-MT.

Renato Nery foi baleado, na manhã do dia 5 de julho, uma sexta-feira, em frente ao seu escritório, na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. Ele chegou a ser socorrido com vida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado até o Complexo Hospitalar Cuiabá, onde passou por cirurgias. Porém, não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte.

No dia 17 de junho, ele protocolou a representação contra Antônio João de Carvalho e Gaylussac Dantas de Araujo. O documento também citava um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Na manhã da última quinta-feira (28), a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão no escritório JB Advocacia, de Antônio João. Também foram alvos Agnaldo Bezerra Bonfim e Gaylussac Dantas de Araújo, sócios de Antônio.

Além dos advogados, são investigados na operação os empresários Julineri Goulart e César Jorge Sechi, que são de Primavera do Leste. Segundo a Polícia Civil, as investigações apontam que a motivação para o homicídio de Renato Nery seria a disputa de terra.

Dinheiro, barras de ouro e equipamentos eletrônicos foram apreendidos durante buscas contra 5 investigados pelo homicídio do advogado Renato Gomes Nery, ocorrido em 05 de julho deste ano, em Cuiabá.

Os mandados, autorizados pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo) foram cumpridos em condomínios de luxo da Capital, Florais Cuiabá e dos Lagos, e também em Primavera do Leste.

Conforme a representação, Renato Nery afirma que a trama era por conta de uma terra, na região do Araguaia, mais precisamente em Novo São Joaquim. Ele havia ganho parte da área como pagamento pelos serviços jurídicos dados a uma viúva, há anos atrás. No entanto, a mulher passou a tentar anular o negócio.

No documento, Nery mira o advogado Antônio João, que atuou em favor da viúva. Ele denuncia que, através de uma outra pessoa, o jurista teria o intimidado a aceitar uma conciliação entre as partes.

Além disso, Nery também afirma que frequentemente era advertido sobre a atuação de um desembargador no caso, com os termos: “ou faz acordo ou perde tudo”. O advogado ainda chegou a relacionar o magistrado com a morte do advogado Roberto Zampieri, que também foi executado a tiros em Cuiabá, no fim do ano passado.

Por conta da suposta coação, Nery afirma que aceitou o acordo, redigido pelo advogado Antônio João.

Em sua representação, Nery pediu para que a OAB-MT instaurasse processo administrativo disciplinar contra o advogado. E citou ainda que o esquema tinha a participação de juízes, desembargadores, médico e jornalista.






Redação com rdnews e gazetadigital


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